Dismorfobia

06/06/2011 20:19

 

A dismorfobia também denominada Transtorno Dismófico Corporal (TDC), é conhecida há mais de um século e caracteriza-se por uma fixação em um defeito físico imaginário ou mínimo, gerando níveis excessivos de ansiedade.

Introdução

O TDC afeta cerca de 1% da população e pode resultar em disfunção ocupacional ou memso incapacitação social importante. A prevalência do TDC parece ser maior em pacientes mais joviens e naqueles sob tratamento dermatológico (cerca de 11% dos pacientes dermatológicos apresentam dismorfobia)

Pacientes com o transtorno frequentemente desenvolvem depressão, comportamento violento e apresentam risco de suicídio. O receio de sofrer embaraços ou ser ridicularizado força estes pacientes a evitar o convívio social habitual ou relações mais íntimas. De um modo geral, indivíduos com dismorfobia acreditam firmemente que uma mudança drástica em sua aparência é um pré-requisito para sua felicidade e/ou bem-estar.

A hereditariedade pode constribuir para o desenvolvimento do TDC. A prevalência de dismorfobia é quatro vezes maior em pacientes de primeiro grau de indivíduos portadores do distúrbio. O TDC parece estar relacionado ao transtorno obsessivo compulsivo, outros diagnósticos diferenciais válidos incluem depressão, distúrbio bipolar e esquizofrenia.

Abordagem diagnóstica

O curso do TDC em geral é crônico e estes pacientes frequentemente possuem um histórico de múltiplas visitas ao dematologista e cirurgiões plásticos, sem muito sucesso com os tratamentos propostos. Estas consultas recorrentes podem significar uma tentativa de confirmar e aumentar o significado de um determinado defeito físico. Entretanto, é inútil tentar explicar que o referido defeito não existe ou é mínimo.

Muitos pacientes exibem hábitos compulsivos, tais como checagens frequentes no espelho, tricotilomania (arrancar os cabelos) etc. O reconhecimento precoce dos sintomas é crucial, uma vez que propedêuticas extensas podem resultar em um desperdício de recursos, dinheiro e tempo.

Praticamente qualquer parte do corpo pode ser "eleita" como fonte de angústia e desconforto. Contudo, as partes mais frequentemente envolvidas são a pele, o cabelo e o nariz. As queixas variam bastante, incluindo preocupação com rugas, pintas, manchas, acne e poros. Pequenas máculas vasculares, oleosidade, cicatrizes, eritemas, áreas excessivamente pilosas e outras queixas também são encontradas com certa frequencia.

Tratmento

O tratamento é bastante difícil, pois grande parte dos pacientes não se aceita portador deste diagnóstico, quase sempre recusam uma avaliação psiquiátrica. A maioria justifica-se como sendo "vaidosa" e classifica-se positivamente quanto a cuidar da aparência. No entanto, para o paciente, a dismorfofobia é fonte de grande sofrimento e angústia com sua aparência própria.

O tratamento consiste em psicoterapia, longa e trabalhosa, e muitas vezes é necessário o uso de medicamentos para apoio dos sentimentos depressivos que acompanham o quadro.


Conclusão


O TDC caracteriza-se por uma fixação em um defeito físico imaginário ou mínimo, gerando níveis excessivos de ansiedade. O diagnóstico é essencialmente clínico.

Por Sandro Soares
Fonte pesquisada: Bibliomed.