CONHECENDO o "TDHA"...

16/01/2012 20:44

O que é o TDAH?


O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e freqüentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Ele é chamado às vezes de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). Em inglês, também é chamado de ADD, ADHD ou de AD/HD.

Nos portadores de Transtorno de Défict de Atenção / Hiperatividade (TDAH) ou Distúrbio de Défict de Atenção (DDA) os neuro-transmissores, dopamina e noradrenalina (substâncias químicas do cérebro que transmitem informações entre as células nervosas) encontram-se diminuídos, fazendo com que a atividade do córtex pré-frontal seja menor. É uma disfunção neurobiológica.
Essa região é a parte mais evoluída do cérebro e supervisiona as funções executivas: observa, guia, direciona e/ou inibe o comportamento, organiza,
planeja, e faz a manutenção da atenção e do auto-controle.

Essa disfunção é crônica, herdada na grande maioria das vezes, daí sua presença desde a infância.

Em menor grau há fatores do meio ambiente que podem estar relacionados ao TDAH (DDA):

A nicotina de cigarros fumados pela mãe gestante bem como bebidas alcoólicas consumidas, podem ser causas significativas de anormalidades no desenvolvimento da região frontal do cérebro da criança em gestação.

Crianças expostas ao chumbo entre 12 e 36 meses de idade pode ser outro fator.

Traumatismos neonatais como hipoxia (privação de oxigênio), traumas obstétricos, rubéola intra-uterino, encefalite, meningite pós-natal, subnutrição e traumatismo craniano são fatores que também podem contribuir para o surgimento do distúrbio.

O TDAH (DDA) é um transtorno real, um obstáculo real, apesar de não haver nenhum sinal exterior de que algo está errado com o Sistema Nervoso Central.

Antigamente era conhecida como “Disfunção Cerebral Mínima”. Mais tarde passou a chamar-se “Síndrome Infantil da Hiperatividade”. Nos anos 70, o conceito foi ampliado com o reconhecimento do déficit na atenção e do controle dos impulsos. Em 1987 o nome passou a ter a atual denominação: “Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade”.

Ao contrário do que se pensava antigamente, o TDAH (DDA) não é superado na adolescência: cerca de 65% das crianças diagnosticadas como portadoras de TDAH continua com os sintomas quando atinge a idade adulta.

 

O TDAH é comum?


Ele é o transtorno mais comum em crianças e adolescentes encaminhados para serviços especializados. Ele ocorre em 3 a 5% das crianças, em várias regiões diferentes do mundo em que já foi pesquisado. Em mais da metade dos casos o transtorno acompanha o indivíduo na vida adulta, embora os sintomas de inquietude sejam mais brandos.

 

Como se comporta o indivíduo que possui o TDAH?

 

O indivíduo que tem TDAH (DDA), é inteligente, criativo e intuitivo mas não consegue realizar todo seu potencial em função do transtorno que tem 3 características principais: desatenção, impulsividade e hiperatividade (ou energia nervosa).

Tem dificuldade em assistir uma palestra, ler um livro, sem que sua cabeça “voe” para bem longe perdida num turbilhão de pensamentos. Comete erros por falta de atenção a detalhes, faz várias coisas simultaneamente, ficando com vários projetos, tarefas por terminar e a cabeça remoendo todos os "tenho que". Quando motivado e/ou desafiado, tem uma hiperconcentração.

É desorganizado tanto internamente (mil pensamentos e idéias ao mesmo tempo), como externamente: mesa, gavetas, papéis, prazos, horários...

A impulsividade domina seu comportamento. Pode falar, comer, comprar, trabalhar, ficar em salas de bate papo da Internet, beber, jogar... compulsivamente. Fala e/ou faz o que lhe vem na cabeça sem pensar se é adequado ou não, podendo causar muitos estragos. Costuma ser impaciente, irritadiço, "pavio curto" e com alterações de humor.

Muda com facilidade de metas, planos... é comum ter mais de um casamento ou relacionamento estável.

O TDAH (DDA) é um transtorno neurobiológico crônico, na sua grande maioria de origem genética.

Apesar do TDAH (DDA) atingir até 6% da população, é até hoje muito desconhecido, inclusive por muitos profissionais da saúde, que tratam apenas das suas conseqüências.

A falta do diagnóstico e tratamento correto geram grandes prejuízos na vida profissional, social, pessoal e afetiva do indivíduo sem que ele saiba o porquê. Sem tratamento, outros distúrbios vão se associando (comorbidades), a auto-estima fica cada vez mais comprometida, e a pessoa vai se isolando do mundo, sentindo-se muitas vezes um "estranho fora do ninho".

 

Prevalência do TDAH

 

1/3 pode ser curado até o final da adolescência

1/3 deixa de ser hiperativo e continua desatento

1/3 continua desatento, hiperativo e impulsivo

Crianças – 3 a 9% - (3 meninos/1 menina)

Muitas vezes a menina não é diagnosticada quando criança em função de ser do tipo Desatento, e não do tipo Hiperativo.

Adultos – 2 a 6% (1 homem/1 mulher)

Em cada 5 adultos em tratamento de outros distúrbios psiquiátricos,
1 apresenta TDAH (DDA).

 

Os tipos de TDAH:

 

TDAH (DDA) tipo desatento:

Desvia facilmente a atenção do que está fazendo e comete erros por prestar pouca atenção a detalhes. Muitas vezes distrai-se com seus próprios devaneios ou então um simples estímulo externo o tira do que está fazendo.

Dificuldade de concentração em palestras, aulas, leitura de livros... (dificilmente termina um livro a não ser que o interesse muito).

Às vezes parece não ouvir quando o chamam (muitas vezes é interpretado como egoísta, desinteressado...).

Durante uma conversa pode distrair-se e prestar atenção em outras coisas, principalmente quando está em grupos. Às vezes capta apenas partes do assunto, outras, enquanto “ouve” já está pensando em outra coisa e interrompe a fala do outro.

Relutância em iniciar tarefas que exijam longo esforço mental.

Dificuldade em seguir instruções, em iniciar, completar e só então, mudar de tarefa (muitas vezes é visto como irresponsável).

Dificuldade em organizar-se com objetos (mesa, gavetas, arquivos, papéis...) e com o planejamento do tempo (costuma achar que é 10 e que o dia tem 48h).

Problemas de memória a curto prazo: perde ou esquece objetos, nomes, prazos, datas...

Durante uma fala, pode ocorrer um "branco" e a pessoa esquecer o que ia dizer.

(É necessário que a pessoa tenha 6 ou mais características de forma crônica, num mínimo de 6 meses para haver possibilidade de diagnóstico).

 

 

TDAH (DDA) tipo hiperativo/impulsivo:

Inquietação – mexe as mãos e/ou os pés quando sentado, musculatura tensa, com dificuldade em ficar parado num lugar por muito tempo. Costuma ser o "dono" do controle remoto.

Faz várias coisas ao mesmo tempo, está sempre a mil por hora, em busca de novidades e de estímulos fortes. Detesta o tédio. Consegue ler, assistir televisão e ouvir música ao mesmo tempo. Muitas vezes é visto como imaturo, insaciável.

Pode falar, comer, comprar... compulsivamente e/ou sobrecarregar-se no trabalho. Muitos acabam estressados, ansiosos e impacientes: são os workaholics.

Tendência ao vício: álcool, drogas, jogos, Internet e salas de bate papo.

Interrompe a fala do(s) outro(s) e sua impaciência faz com que responda perguntas antes mesmo de serem concluídas. Costuma ser prolixo ao falar, perde sua objetividade em mil detalhes, sem perceber como se comunica. No entanto, não tem a menor paciência em ouvir alguém como ele, sem se dar conta que é igual.

Baixo nível de tolerância: não sabe lidar com frustrações, com erros (nem os seus, nem dos outros). Muitas vezes sente raiva e se recolhe.

Impaciência: não suporta esperar ou aguardar por algo: filas, telefonemas, atendimento em lojas, restaurantes... quer tudo para "ontem".

Instabilidade de humor: ora está ótimo, ora está péssimo, sem que precise de motivo sério para isso. Os fatores podem ser externos ou internos, uma vez que costuma estar em eterno conflito.

Dificuldade em expressar-se: muitas vezes as palavras e a fala não acompanham a velocidade da sua mente. Muitos, quando estão em grupo, falam sem parar sem se dar conta que outras pessoas gostariam de emitir opiniões, fazer colocações, e o que deveria ser um diálogo transforma-se num monólogo que só interessa a quem está falando.

A comunicação costuma ser compulsiva, sem filtro para inibir respostas inadequadas, o que pode provocar situações constrangedoras e/ou ofensivas: fala ou faz e depois pensa.

Tem um temperamento explosivo: não suporta críticas, provocações e/ou rejeição.

Dificuldade em seguir regras ou normas pré estabelecidas. Daí a grande importância na escolha da profissão. O ideal é que o indivíduo trabalhe com criatividade e que tenha certa liberdade de fazer “tudo do seu jeito, no seu tempo”, desde que crie uma estrutura para mantê-lo em seu objetivo. Dificilmente conseguirá sucesso num trabalho burocrático, rotineiro ou repetitivo.

Rompe com certa facilidade relacionamentos de trabalho, sociais e/ou afetivos.

Pode mudar inesperadamente de planos, metas...

Sexualidade instável: pode alternar períodos de grande impulsividade sexual com outros de baixo desejo. Ler mais a respeito em Relacionamento de Casais.

Hipersensibilidade: pode melindrar-se facilmente, tendo uma tendência ao desespero, como se seu mundo fosse desmoronar-se a qualquer instante, incapacitando-o muitas vezes de ver a realidade como ela realmente é, e buscar soluções.

(É necessário que a pessoa tenha 6 ou mais características de forma crônica, num mínimo de 6 meses para haver possibilidade de diagnóstico).

 

TDAH (DDA) tipo combinado:

É necessário que a pessoa tenha 6 ou mais características do tipo desatento e 6 ou mais características do tipo hiperativo/impulsivo, de forma crônica e desde criança para haver possibilidade de diagnóstico de TDAH (DDA).

 

 

FONTES DE PESQUISA:

https://www.universotdah.com.br/

https://www.tdah.org.br/